quinta-feira, 21 de junho de 2012

Internet leva à era pré-Revolução Industrial, diz Facebook

Esta é a primeira vez de Paul Adams no Festival de Cannes. Uma vez aqui, ele decidiu fazer declarações de efeito. O líder global de design de marca do Facebook subiu ao palco nesta terça-feira para falar sobre a psicologia e criatividade do compartilhamento. Durante 40 minutos, olhares e ouvidos atentos buscaram assimilar os motivos pelos quais 901 milhões de pessoas não desgrudam da “mãe” de todas as redes.

Adams dividiu os méritos da inteligência de sua empresa com a internet, invenção que, segundo ele, leva a sociedade de volta à era pré-Revolução Industrial, no séc. XVIII. O executivo sugeriu que a rede social permite ao conteúdo se mover tão rápido quanto as pessoas, por meio das interconexões. Isso garante que elas ditem o ritmo da comunicação, assim como acontecia antes do movimento que implentou tecnologia nos processos social e econômico. “Nós podemos saber sobre empresas e marcas antes de falar com elas”, disse ele sobre o Facebook. “Significa que a construção de relacionamentos é mais uma vez focada no centro.”

O avanço das interações e a crescente demanda do mobile fazem de 2012 um tempo histórico, diz Adams. “Estamos fascinados pelo que a internet nos permite. Todas as informações estão no seu bolso, disponíveis a qualquer hora e em qualquer lugar, e a internet estará em nossas roupas e sapatos”, apostou o porta-voz do Facebook. Adams sabe que o conceito de socialização humana não veio da mente de Mark Zuckerberg. Por isso recorreu à história para explicar que há milhares de anos as pessoas alimentam o desejo de passar adiante suas experiências. E o que os antepassados têm em comum com os usuários do Facebook? Para o palestrante, a vontade de “criar relacionamento, gerenciar a imagem e a identidade e ajudar os outros”.

A evolução do processo comunicativo está diretamente ligada à tecnologia. O executivo do Facebok criou o termo “rede invisível” para demonstrar o alcance do conteúdo que se espalha na rede social. Quem tem 150 amigos, por exemplo, está automaticamente conectado a outros 10.000 amigos que, por sua vez, interligam-se com milhões de amigos dos amigos mundo afora. “É uma oportunidade incrível para criar conteúdo, entender o comportamento social, compreender o que é e para quem é”, disse. “Mas é preciso entender por que as pessoas interagem quando não estão online, e por que nós interagimos socialmente por dezenas de milhares de anos”, afirmou.

Fora da caixa

Uma linha do tempo com a história da comunicação ilustrou como as mídias se adaptam ao surgimento de outras. Dos tipos móveis às redes sociais, Paul Adams contou o passo a passo das transformações para mostrar que o novo não deve assustar – e para fazer um pedido especial à comunidade publicitária: que ela entenda o Facebook como uma mídia “nova” e “diferente”. O palestrante quer campanhas especialmente desenvolvidas, não apenas replicações. O que vinga, adianta ele, são ideias com “boas histórias” e “design envolvente” como as feitas por Fanta, Nike Football, AT&T, Lorax, Burberry e P&G.

Paul Adams flerta com mercado publicitário. “Nós queremos trabalhar com vocês”, informou à plateia repleta de representantes das principais agências. “Há 50 anos, aqui no Festival de Cannes, falava-se sobre impressos e TV, mas agora tudo mudou (…) Algumas pessoas vão olhar para as transformações de hoje e abraçá-las para fazer coisas incríveis e surpreendentes. Certifique-se de que seja você a fazer isso, não o seu vizinho”, aconselhou.

E a palestra que começou com um raciocínio de efeito, terminou com uma frase de porte, cunhada pelo escritor Americano William Gibson: “O futuro já está aqui – só não é distribuído de forma muito uniforme.”

FONTE: AdNews

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